Hino Oficial de Rio Claro

        A música do Hino do Rio Claro foi composta por Lygia do Carmo Polastri Vendramel (1931-1961), e o poema, por Celeste Calil (1918-2002). Foi escolhido num concurso de grandeza municipal e, posteriormente, oficializado em 09 de junho de 1956, pela Lei Municipal nº 423.

             Hino de Rio Claro, Celeste Calil, Lygia do Carmo Polastri Vendramel

        

 

 

 

 

 

 

 

 

        É um privilégio, enquanto cidadãos rio-clarenses, conhecer e respeitar o hino de Rio Claro, aprender a cantar sua letra e, principalmente compreender o seu significado.

        Quando ouvimos o hino, ficamos de pé, porque ele nos inspira o respeito, e, com os braços estendidos paralelamente ao corpo, dirigimos nosso olhar para a bandeira de Rio Claro: essa postura demonstra o quanto honramos a cidade. Enquanto ouvimos a música, todos nós acompanhamos a letra, cantando.                                                      

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    Leitura complementar

Concurso e oficilização do hino

        Não existem registros indicando que o município de Rio Claro possuísse um hino oficial anterior à década de 50.  Existiu uma composição musical (Marcha Harmônica) denominada Rio Claro, de autoria do maestro e violinista Fábio Marasca, realizada especialmente para comemorar o centenário da cidade[1], em 1927; entretanto, essa composição não chegou a representar, oficialmente, o hino municipal.  

        A oficialização do hino de Rio Claro contou com a iniciativa do vereador José Eduardo Leite, que, em 07 de janeiro de 1955, encaminhou à Câmara Municipal o Projeto de Lei nº 2/56. Seu objetivo era legalizar o hino, com letra de Celeste Calil e música de Lygia do Carmo Polastri, previamente escolhido num concurso de grandeza municipal e cuja iniciativa foi da sociedade civil.

        O concurso do hino foi divulgado no Jornal Diário do Rio Claro, no ano de 1952.

        A notícia despertou o interesse dos artistas locais, que compuseram músicas e letras, totalizando 10 (dez) trabalhos concorrentes. Junto às composições, os concorrentes indicavam pseudônimos, para não haver a identificação dos seus nomes com os respectivos trabalhos.  

        Para o concurso, duas comissões foram formadas, uma para a escolha da letra e a outra para a escolha da música.

        Em 08 de julho de 1952, na Secretaria da Câmara Municipal de Rio Claro, no Edifício Excelsior, a comissão julgadora para a escolha da letra analisou 05 (cinco) trabalhos, apresentados com os pseudônimos de: Ramaiana (letra de José Martins Silva), Batuira, Jaspe (letra de Celeste Calil), Argus (letra de Lygia Polastri) e Ariana de Castro. O resultado foi de empate entre os poemas de Jaspe  e Ramaiana, ficando o julgamento definitivo a depender da música e da escolha do público.

        Compuseram a comissão da letra: Ivanira B. Prado, Maria Aparecida Bilac Jorge, Luzo dos Santos Ferro e José Eduardo Leite, tendo  faltado o Prof. João Batista Leme, o que contribuiu para o resultado ter sido de empate.  

        Em 28 de julho de 1952, nos salões da Filarmônica Rio-clarense, a comissão julgadora para escolha da música analisou 05 (cinco) trabalhos, apresentados com os pseudônimos de: Kardec, Manoel Mário, Jaspe (música de Celeste Calil), Ramaiana (música de José Martins Silva) e Euterpe (música de Lygia Polastri).

        Compuseram a comissão da música: Fábio Marasca, Emma Koelle, Herminia Monaco, Paulo Noronha Lisbôa e Maria Aparecida Bertolozzi. Na ocasião, a pianista Heloísa Lemenhe Marasca realizou a interpretação das composições para a comissão apreciá-las.

        música hino rio claro, Lygia do Carmo PolastriPor unanimidade, a composição de Euterpe (música de Lygia Polastri) foi a vencedora, seguida de Ramaiana (2° lugar). (Ver a música de Lygia Polastri, ao lado.)

        Tendo como referências as letras de Jaspe e Ramaina, a comissão da música escolheu vencedora a letra de Jaspe (letra de Celeste Calil),  alegando que a mesma adaptava-se perfeitamente à música escolhida (Euterpe).

         A seguinte observação está escrita na partitura de Euterpe (Lygia Polastri): "Nota: a letra que acompanha esta música deve ser substituída pela de Jaspe que é a vencedora. A métrica e o rítmo é idêntico à métrica e o rítmo da letra de Argus, não trazendo pois dificuldade." 

        O resultado do concurso agradou, mas também gerou polêmicas decorrentes do resultado de empate no quesito “letra” e do critério escolhido para o desempate.

        Posteriormente, o fato repercutiu durante as tramitações para a aprovação do projeto de Lei 2/56, referente à instituição do Hino Oficial de Rio Claro, na Câmara Municipal, assim como a questão da legalidade, uma vez que se tratava de um concurso de grandeza municipal, mas que não havia sido oficializado.

        Em 08 de junho de 1956, após ter tramitado por várias sessões na Câmara e demandado muitas propostas de emendas, que até poderiam ter anulado o concurso de 1952, o projeto de lei que “Institui o Hino Oficial de Rio Claro” com letra de Celeste Calil e música de Lygia do C. Polastri foi aprovado pela Câmara Municipal.   



[1] A música foi executada pela Banda de Força Pública junto à inauguração do Anjo da Concórdia, no Jardim Público.